A história do Praia Clube se mistura à história de muita gente. Gente que frequenta o clube e que de alguma forma contribuiu para que ele fosse considerado, hoje, um dos maiores centros de esporte e recreação da América Latina.
Buscando o lazer, a prática de esportes ou mesmo a companhia de amigos, essas pessoas mantêm a tradição do Praia de formar verdadeiras famílias dentro do clube, unidas por objetivos em comum.
Desde a fundação em 10 de julho de 1935, muita gente já assistiu e participou de eventos no clube, como shows, festas e competições esportivas. Todos contemplam os associados de diferentes faixas etárias.
Essa variedade de público é um dos ingredientes da receita do sucesso do Praia, que reconhece a importância de ver pais e filhos convivendo em harmonia dentro do clube, em um costume que atravessa e segue firme em direção ao futuro.
Um mergulho de 88 anos na própria história de Uberlândia, uma volta ao início dos anos 30. O uberlandense gosta de dizer que o “seu” Praia Clube é o cartão de visita desta terra. Gosta “demais da conta”. Frase que não cansa de repetir.
José de Oliveira Guimarães, um dos fundadores, costuma contar que o clube não foi programado. Tudo começou com um grupo de frequentadores do rio Uberabinha, para a prática da natação, do qual ele também fazia parte. Mais tarde, outros começaram a frequentar o local, tomando banho nas águas do rio.
O proprietário do local, Coronel Constantino, jamais implicou com a “invasão” das terras. Um genro dele, porém, proibiu os praianos de nadarem no local. Herdeiro do sogro, o personagem teve um papel fundamental na criação do clube. Foi justamente a “implicância” dele que motivou a compra da área.
A turma de nadadores resolveu, então, pedir ao proprietário que vendesse um pedaço da terra às margens do rio. Mas ele só fez negócio com toda a chácara.
Perguntaram o preço e concordaram: 35 contos de réis. Reuniram-se 12 pessoas e pagaram. A ideia de transformar em clube surgiu mais tarde. O empresário Celso de Souza Queiroz, que já era frequentador da beira do rio, se propôs a fazer a transformação do local em sociedade civil e constituir um clube, o que foi feito.
Um frequentador recente à época, José Victor, fiscal federal, sugeriu o nome “Praia” ao clube, por conta de uma praia de cascalho que tinha no local onde a turma nadava. Assim, nasceu a denominação desta entidade, hoje, patrimônio mais caro de todos os uberlandenses, verdadeiro orgulho da cidade.
Muitas pessoas tiveram participação ativa durante estes 88 anos de existência do Praia Clube, mas a história começou com os 12 fundadores: Boulanger Fonseca, Enéas de Oliveira Guimarães, Fausto Savastano, Floramante Garófalo, Gercino Borges, Hermes Carneiro, José Carneiro Júnior, José de Oliveira Guimarães, Lourival Borges, Mário Guimarães Faria, Oscar Miranda e Román Balparda.
Com a decisão de organizar o clube, a primeira diretoria teve como presidente de honra o então Prefeito Municipal, Vasco Giffoni. O primeiro presidente praiano foi Cícero Macedo, que, junto aos companheiros de diretoria, mandou erguer um barracão com bar e vestiários. Foi construído atrás da prainha e, em seguida, um trampolim de madeira, com dois lances.
O Praia Clube continuou como propriedade particular até 1945, quando então foi transformado em clube de direito. Já definido o nome, todos os diretores defendiam que o Praia tivesse as mesmas cores dos times de futebol favoritos.
Para acabar com a divergência, o uruguaio Roman Balparda sugeriu que fossem adotadas as cores preta e amarela, que não pertenciam a nenhum time brasileiro e faziam referência ao Peñarol, do Uruguai. A sugestão foi aceita rapidamente para a alegria de Balparda, torcedor fanático do time uruguaio. As cores representam o Praia Clube até hoje.